A sociedade tem vindo a
sofrer um enorme desenvolvimento ao nível das tecnologias. A sociedade contemporânea
faz, diariamente, uso das mesmas e há uma enorme exigência de conhecimentos
nesta área. As crianças e jovens lidam diariamente com as tecnologias e,
como tal, desenvolveram competências e aptidões nesta área.
A Sociedade do
Conhecimento vê surgir grandes alterações na comunidade educativa e, como tal,
tem que se adaptar.
A evolução tecnológica
trouxe possibilidades inimagináveis e a informação passa a estar disponível a
partir de qualquer parte do globo, a qualquer momento.
A implementação de novas
tecnologias está a trazer novos desafios para a escola, tendo os professores
que aprender a gerir os vários espaços de aprendizagem. As escolas do século
XXI têm que procurar um equilíbrio, no qual o professor adquire um novo papel.
O professor passa a ser o mediador da aprendizagem de uma "escola sem
muros, numa aula aberta" (Escola, pág. 348).
Os alunos da Sociedade do
Conhecimento não estão recetivos às aulas tradicionais, dadas numa sala de aula
física, pois diariamente lidam com novas tecnologias.
Educar e aprender são o
novo desafio da escola, que terá que se reorganizar. A transmissão de
conhecimentos feita de forma tradicional tem que sofrer alterações e o papel do
professor, enquanto transmissor de conhecimentos tem que ser substituído pelo
papel de orientador do processo de aprendizagem. A própria escola deixa de ser
um lugar exclusivo onde se aprende. Com a implementação das TIC surgem novos
espaços de aprendizagem, que ampliam o que era possível no contexto de sala de
aula.
Mas então, o que deve ter
uma "sala de aula"?
Em primeiro lugar, uma
"sala de aula" deve ter professores capacitados e motivados para
orientarem os seus alunos no processo de aprendizagem. Desta forma, os
professores devem receber formação para estarem capacitados a lidar com todas
as diferenças que vão surgindo.
O papel do professor não
é colocado em causa, ganha sim, um novo destaque, uma vez que passa a ser o
orientador do aluno e ao mesmo, leva-o a construir o seu conhecimento. O
próprio professor também adquire conhecimento no decorrer do processo. O
professor provoca o conhecimento, estimulando a pesquisa, direcionando a
aprendizagem, formulando problemas, promovendo a discussão. Deste modo, é
exigido ao professor uma grande capacidade de adaptação e criatividade perante
as situações que vão surgindo e que seja um professor presente.
As crianças e jovens têm
acesso diário a informação e têm muitas competências em TIC, uma vez que fazem
uso diário das mesmas. Contudo, devem ser preparados para criticamente
filtrarem os conteúdos mais adequados. Caberá à escola traçar os meios, as
responsabilidades e as novas competências a adquirir.
A escola deve desenvolver
nos seus alunos a autonomia, a responsabilidade e o espírito crítico para
poderem construir conhecimento.
Hoje em dia a educação à
distância e a educação virtual têm grande destaque, pois possibilitam um ensino
mais abrangente e mais flexível, em termos de tempo e espaço. A educação
online, que se baseia em ambientes virtuais é suportada por ferramentas que
possibilitam a aprendizagem e devem promover a interatividade e a participação
colaborativa e bidirecional.
Uma educação inovadora,
baseada em ambientes virtuais, deve estimular a curiosidade, a colaboração, a
resolução de problemas, a busca e a contextualização da informação, que pode
ser complementada com conexões (som, texto e imagem), de modo a ficar mais
apelativa.
Nesta nova metodologia de
ensino/aprendizagem, o professor deve construir redes de partilha e aquisição
de conhecimentos, envolvendo o aluno e estimulando a sua participação.
O professor não ensina,
apenas leva o aluno a aprender e a gerir a sua aprendizagem, a resolver
problemas e a refletir.
O aluno depara-se com a
necessidade de participar, pesquisar, em vez receber conhecimentos apenas.
Os professores devem
estar preparados para a inovação tecnológica, dominando a linguagem tecnológica
para a colocarem em prática e promover um ensino participado e reflexivo,
ajustado ao aluno e ao contexto, em vez de um ensino para massas.
Neste contexto, surge o
modelo de aprendizagem e-learning, onde se cria um ambiente virtual de
aprendizagem, no qual se adquire conhecimento sem limite de espaço e tempo, de
forma autónoma e em rede, suportado por um sistema de gestão de aprendizagem -
LMS.
Este modelo traz-nos
benefícios, mas é preciso ter em atenção que os professores não se limitem a
transpor o modelo tradicional de ensino para o LMS. O professor deve promover a
pesquisa, orientar o estudo e fomentar a discussão/análise crítica, em rede. Há
um novo desafio que se coloca ao professor: orientar a aprendizagem e aprender
com os seus alunos.
Este método de ensino tem
que ter por base algum suporte
tecnológico, mas o papel do professor é fundamental, pois tem que facilitar,
mediar e avaliar o processo, que assenta em três dimensões: presença social,
presença cognitiva e presença de ensino, que se inter-relacionam. O professor
deve encorajar o aluno a ter um papel participativo, onde estabelece interação
social: aluno-professor e aluno-aluno.
Neste modelo de ensino, a
informação deve ser apresentada ao aluno, tendo em conta os seus próprios
interesses, bem como adaptado às exigências e finalidades da área de
conhecimento, por forma a motivar o aluno.
Perante a individualidade
dos seus alunos, o professor pode adaptar a LMS e criar ambientes únicos de
aprendizagem, que fomentem a motivação e aprendizagem, tal como fóruns e chats,
que assumem o papel de ferramentas pedagógicas motivadoras, que estimulam a
participação dos alunos.
A modalidade de ensino
virtual traz mudanças: um novo papel da escola, dos professores e dos alunos, o
que implica que todos se capacitem para a implementação das melhores
estratégias, no sentido de alcançar o mesmo objetivo: sucesso educativo para
todos.
Bibliografia:
Moreira, J. A.& Monteiro, A. (2012). Ensinar e Aprender Online com Tecnologias Digitais. Porto. porto Editora
Moreira, J. A.& Monteiro, A. (2012). Ensinar e Aprender Online com Tecnologias Digitais. Porto. porto Editora
Bastos, F.P.; Alberti,
T.F.; Mazzardo, M.D. (2005). Ambientes virtuais de ensino-aprendizagem:
os desafios dos novos espaços de ensinar e aprender e suas implicações no
contexto escolar. Novas tecnologias na Educação
Caparróz, A.S.C.; Lopes,
M.C.P. (2008). Desafios e perspectivas em ambiente virtual de
aprendizagem: inter-relações, formação tecnológica e prática docente. Educação,
Formação e Tecnologias, vol. 1(2).
Escola, J. J. J. Ensinar e aprender na Sociedade do
Conhecimento. Livro de Actas-4° SOPCOM – Universidade de Trás-Os-Montes e
Alto Douro.