sábado, 21 de maio de 2016

A(s) Prática(s) Pedagógica(s) e as TIC


A sociedade tem vindo a sofrer um enorme desenvolvimento ao nível das tecnologias. A sociedade contemporânea faz, diariamente, uso das mesmas e há uma enorme exigência de conhecimentos nesta área. As crianças e jovens lidam diariamente com as tecnologias e, como tal, desenvolveram competências e aptidões nesta área.
A Sociedade do Conhecimento vê surgir grandes alterações na comunidade educativa e, como tal, tem que se adaptar.
A evolução tecnológica trouxe possibilidades inimagináveis e a informação passa a estar disponível a partir de qualquer parte do globo, a qualquer momento.
A implementação de novas tecnologias está a trazer novos desafios para a escola, tendo os professores que aprender a gerir os vários espaços de aprendizagem. As escolas do século XXI têm que procurar um equilíbrio, no qual o professor adquire um novo papel. O professor passa a ser o mediador da aprendizagem de uma "escola sem muros, numa aula aberta" (Escola, pág. 348).
Os alunos da Sociedade do Conhecimento não estão recetivos às aulas tradicionais, dadas numa sala de aula física, pois diariamente lidam com novas tecnologias.
Educar e aprender são o novo desafio da escola, que terá que se reorganizar. A transmissão de conhecimentos feita de forma tradicional tem que sofrer alterações e o papel do professor, enquanto transmissor de conhecimentos tem que ser substituído pelo papel de orientador do processo de aprendizagem. A própria escola deixa de ser um lugar exclusivo onde se aprende. Com a implementação das TIC surgem novos espaços de aprendizagem, que ampliam o que era possível no contexto de sala de aula.

Mas então, o que deve ter uma "sala de aula"?

Em primeiro lugar, uma "sala de aula" deve ter professores capacitados e motivados para orientarem os seus alunos no processo de aprendizagem. Desta forma, os professores devem receber formação para estarem capacitados a lidar com todas as diferenças que vão surgindo.
O papel do professor não é colocado em causa, ganha sim, um novo destaque, uma vez que passa a ser o orientador do aluno e ao mesmo, leva-o a construir o seu conhecimento. O próprio professor também adquire conhecimento no decorrer do processo. O professor provoca o conhecimento, estimulando a pesquisa, direcionando a aprendizagem, formulando problemas, promovendo a discussão. Deste modo, é exigido ao professor uma grande capacidade de adaptação e criatividade perante as situações que vão surgindo e que seja um professor presente.
As crianças e jovens têm acesso diário a informação e têm muitas competências em TIC, uma vez que fazem uso diário das mesmas. Contudo, devem ser preparados para criticamente filtrarem os conteúdos mais adequados. Caberá à escola traçar os meios, as responsabilidades e as novas competências a adquirir.
A escola deve desenvolver nos seus alunos a autonomia, a responsabilidade e o espírito crítico para poderem construir conhecimento.
Hoje em dia a educação à distância e a educação virtual têm grande destaque, pois possibilitam um ensino mais abrangente e mais flexível, em termos de tempo e espaço. A educação online, que se baseia em ambientes virtuais é suportada por ferramentas que possibilitam a aprendizagem e devem promover a interatividade e a participação colaborativa e bidirecional.
Uma educação inovadora, baseada em ambientes virtuais, deve estimular a curiosidade, a colaboração, a resolução de problemas, a busca e a contextualização da informação, que pode ser complementada com conexões (som, texto e imagem), de modo a ficar mais apelativa.
Nesta nova metodologia de ensino/aprendizagem, o professor deve construir redes de partilha e aquisição de conhecimentos, envolvendo o aluno e estimulando a sua participação.
O professor não ensina, apenas leva o aluno a aprender e a gerir a sua aprendizagem, a resolver problemas e a refletir.
O aluno depara-se com a necessidade de participar, pesquisar, em vez receber conhecimentos apenas.
Os professores devem estar preparados para a inovação tecnológica, dominando a linguagem tecnológica para a colocarem em prática e promover um ensino participado e reflexivo, ajustado ao aluno e ao contexto, em vez de um ensino para massas.
Neste contexto, surge o modelo de aprendizagem e-learning, onde se cria um ambiente virtual de aprendizagem, no qual se adquire conhecimento sem limite de espaço e tempo, de forma autónoma e em rede, suportado por um sistema de gestão de aprendizagem - LMS.
Este modelo traz-nos benefícios, mas é preciso ter em atenção que os professores não se limitem a transpor o modelo tradicional de ensino para o LMS. O professor deve promover a pesquisa, orientar o estudo e fomentar a discussão/análise crítica, em rede. Há um novo desafio que se coloca ao professor: orientar a aprendizagem e aprender com os seus alunos.
Este método de ensino tem que ter por base algum suporte tecnológico, mas o papel do professor é fundamental, pois tem que facilitar, mediar e avaliar o processo, que assenta em três dimensões: presença social, presença cognitiva e presença de ensino, que se inter-relacionam. O professor deve encorajar o aluno a ter um papel participativo, onde estabelece interação social: aluno-professor e aluno-aluno.
Neste modelo de ensino, a informação deve ser apresentada ao aluno, tendo em conta os seus próprios interesses, bem como adaptado às exigências e finalidades da área de conhecimento, por forma a motivar o aluno.
Perante a individualidade dos seus alunos, o professor pode adaptar a LMS e criar ambientes únicos de aprendizagem, que fomentem a motivação e aprendizagem, tal como fóruns e chats, que assumem o papel de ferramentas pedagógicas motivadoras, que estimulam a participação dos alunos.
A modalidade de ensino virtual traz mudanças: um novo papel da escola, dos professores e dos alunos, o que implica que todos se capacitem para a implementação das melhores estratégias, no sentido de alcançar o mesmo objetivo: sucesso educativo para todos.

Bibliografia:

Moreira, J. A.& Monteiro, A. (2012). Ensinar e Aprender Online com Tecnologias Digitais. Porto. porto Editora
Bastos, F.P.; Alberti, T.F.; Mazzardo, M.D. (2005). Ambientes virtuais de ensino-aprendizagem: os desafios dos novos espaços de ensinar e aprender e suas implicações no contexto escolar. Novas tecnologias na Educação
Caparróz, A.S.C.; Lopes, M.C.P. (2008). Desafios e perspectivas em ambiente virtual de aprendizagem: inter-relações, formação tecnológica e prática docente. Educação, Formação e Tecnologias, vol. 1(2).
Escola, J. J. J. Ensinar e aprender na Sociedade do Conhecimento. Livro de Actas-4° SOPCOM – Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro.

Sem comentários:

Enviar um comentário