A tecnologia tem vindo a
desenvolver-se e consequentemente, tem causado impacto na sociedade.
A
geração pós séc. XX está inserida num contexto tecnológico, onde a obtenção de
informação nunca foi tão fácil. As crianças e jovens adquirem aptidões,
competências e destreza na utilização de tecnologias, uma vez que lidam
com elas diariamente. A própria escola tem que se adaptar à tecnologia e
acompanhar a evolução , por forma a motivar e a cativar os seus alunos. A
evolução tecnológica ocorre a um ritmo vertiginoso e, o Homem para acompanhar
esse desenvolvimento, não pode ser um mero espetador, tem que ser parte
integrante. Contudo, apesar de toda a evolução da escola, verifica-se que não
tem acompanhado esse ritmo. Há professores que "não falam" a mesma
linguagem dos alunos.
A
escola tem um papel extremamente importante, no sentido de dotar os seus alunos
de competências para saberem lidar com toda a informação que se encontra
acessível. Verifica-se uma mudança no processo ensino/aprendizagem, na qual o
aluno deve ser estimulado a interrogar, pesquisar e dinamizar a sua própria
aprendizagem. E, é neste contexto, que a Biblioteca Escolar (BE) assume um
papel essencial. A sala de aula deixa de ser o único espaço de conhecimento e os
alunos são incentivados à pesquisa, que pode ocorrer na BE que, por sua vez,
deve estar preparada para receber estes "novos alunos" - críticos,
exploradores,.... Assim, a BE, para além da bibliografia física, deve
ter um suporte digital, por forma a responder aos desafios dos alunos. As BEs
devem estar preparadas para todas as potencialidades que as TIC oferecem, bem
como alertadas para os seus riscos. Os alunos devem ser orientados para uma
correta utilização das TIC, nomeadamente, saberem filtrar os conteúdos. Assim,
as BEs devem promover serviços de apoio à aprendizagem, bem como livros, que
estejam disponíveis aos seus utilizadores e devem integrar ferramentas da web
2.0, por forma a estarem mais próximas do universo estudantil.
A
web 2.0 pode e deve ser integrada na BE, tornando-a num local inovador, que
acompanha o desenvolvimento tecnológico. A biblioteca digital vem
possibilitar o acesso a materiais da biblioteca, a partir de qualquer parte,
não obrigando à presença física. Hoje em dia os alunos fazem uso frequente da
Internet para aceder a informação, pelo que disponibilizar a informação
das bibliotecas online torna-se um fator positivo.
As BEs , apesar de estarem equipadas com ferramentas
Web 2.0 e TIC, ainda estão aquém de todo o seu potencial. Há ainda muitas
ferramentas que são pouco exploradas ou mesmo não estão implementadas, o que
impede que as bibliotecas sejam BE 2.0.
A implementação de uma rede de BEs digitais permite uma partilha global de informação
para toda a comunidade escolar. As BEs digitais permitem assim cativar os
alunos, pois usam tecnologias mais próximas dos interesses dos alunos,
permitindo também, que estes sejam mais autónomos na busca de informação, que
será mais fidedigna e mais adequada às necessidades dos alunos. A
criação de BEs digitais faz com que a escola deixe de ser o único espaço de
educação, no qual o professor é o orientador da aprendizagem. A BE torna-se
assim a ponte entre o aluno e a informação.
A integração de ferramentas
interativas, tais como os blogues , nas BEs, são fatores positivos, uma vez que
permitem que os alunos façam comentários às notícias e artigos que as BEs
divulgam. É um espaço de partilha bilateral. É também importante que as BEs
estejam presentes nas redes sociais, por forma a que adquiram visibilidade e
popularidade.
Assim, verifica-se que as TIC
adquirem uma importância elevada, não só como disciplina, mas com todo o seu
potencial. O aluno passa a aceder a informação não só na sala de aula, nem só
na biblioteca. A web 2.0 integrada numa biblioteca traz todo um acesso
facilitado a informação, que requer uma orientação por parte dos agentes
educativos.
O ensino dos dias de hoje necessita de novos métodos
de ensino/aprendizagem, ricos em recursos, sendo que a BE pode e deve assumir
um papel importante, mas para isso, ela própria terá que evoluir na forma
como disponibiliza a informação e se posiciona na escola. A BE deve estar
ligada à sala de aula, aos professores e aos alunos, usando para esse efeito,
novos recursos, ou seja, integrando as TIC.
Em
Portugal, o Programa RBE veio permitir a evolução das BEs, no sentido de as transformar
em centros de recursos atrativos e funcionais, de divulgação de informação, ao
serviço da comunidade educativa. A implementação do Programa tem variado
consoante os meios que a escola dispõe: físicos, financeiros e humanos. Deste
modo, as BEs têm assumido dinâmicas diferentes de funcionamento, o que por
vezes causa alguns constrangimentos. Não há ainda um consenso no papel que as
TIC assumem nas BEs.
Não
chega apenas equipar as BEs com computadores ligados à Internet, há também que
disponibilizar online os conteúdos da biblioteca, elaborar artigos e notícias,
que promovam as atividades das BEs, bem como, os professores dinamizadores das
bibliotecas devem estar capacitados e terem conhecimentos sobre tecnologias,
por forma a que orientem toda a informação que é disponibilizada e possam
acompanhar, devidamente, os alunos nas suas pesquisas.
As BEs devem adequar a sua função, missão e recursos
às alterações que a sociedade tem vivido. Assim, a BE, mais do que permitir o
acesso a informação em suporte diversificado, deve também auxiliar o
utilizador, na gestão, seleção e tratamento da informação.
As
TIC e os restantes suportes digitais ajudam as BEs e os Professores
Bibliotecários nessa missão, pois colocam ao seu dispor um novo conjunto de
recursos.
O
Professor Bibliotecário surge das novas exigências sociais e da necessidade de
auxiliar o professor na preparação do aluno, para o mercado de trabalho. É um
agente educativo e deve interagir com os restantes agentes educativos, com o
objetivo de promover a aprendizagem e o sucesso educativo dos alunos. A
dinâmica de funcionamento das BEs depende muito da preparação e
competências que os Professores Bibliotecários têm e a destreza com que as
implementam e dinamizam.
A
Web 2.0 aproxima a BE das necessidades escolares e dos utilizadores e permite
que a BE seja dada a conhecer ao "mundo", através dos seus conteúdos,
atividades desenvolvidas e artigos/publicações efetuados.
As
BE 2.0 são novos ambientes de aprendizagem, com novos serviços, disponíveis a
novos públicos e a novos contextos, que visam o desenvolvimento de competências
essenciais aos alunos do séc. XXI, no sentido de desenvolverem várias
literacias (informação, multimédia, digital e visual). Uma biblioteca sempre
aberta e atualizada implica uma boa gestão de conteúdos, por parte de recursos
humanos qualificados, bem como uma infraestrutura tecnológica atualizada.
Bibliografia:
Bibliografia:
Cunha, T. M., Figueiredo, M. B (s.d.). O impacto da Web 2.0 nas Bibliotecas
Escolares das escolas secundárias do concelho de Lisboa. Lisboa.
Biblioteca Mário Sottomayor & Arquivo Histórico Parlamentar.
Conde, E (s.d.). A Integração das Tecnologias de Informação e Comunicação na
Biblioteca Escolar.
Proença, J. P. S. (2012). Biblioteca Escolar e Web 2.0 - Questões em torno de algumas práticas em
implementação e perceção do impacto no trabalho da Biblioteca. Universidade
Aberta. Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares.
Fradique,
M. F. S. C. (2011). As Bibliotecas
Escolares e o Papel do Professor Bibliotecário. Universidade da Beira Interior. Artes e Letras.
Covilhã.
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