terça-feira, 21 de junho de 2016

Objetos multimédia na escola sim, mas como utilizá-los de forma pedagógica?

Numa era em que a tecnologia está presente em todo o lado, as salas de aula também são contempladas com tecnologia. Surge assim, a necessidade de um novo modelo pedagógico, que altera a forma de ensinar e aprender.
A evolução tecnológica trouxe a implementação de uma multiplicidade de objectos multimédia na educação, no sentido de facilitar a aprendizagem, tornando-se quase imperativo a sua utilização. A novas tecnologias podem ser usadas de forma transversal no processo de ensino-aprendizagem, tanto no ensino presencial, como semipresencial ou à distância.
Reflexo de uma nova geração de estudantes, fruto de todas as mudanças que a sociedade tem vivido, a forma de ver o ensino e a aprendizagem têm sofrido alterações. Os estudantes de hoje em dia são Nativos Digitais , o que faz com que a sua forma de pensar esteja fortemente influenciada pela tecnologia e pelas infinitas possibilidades da Internet. Muitos professores/educadores deparam-se com a desmotivação dos seus alunos. Por vezes o currículo não motiva o aluno e há que definir estratégias e adequar os conteúdos programáticos, no sentido de motivar o aluno para o sucesso educativo e aquisição de conhecimento. Ensinar é fazer com que os alunos adquiram competências.
Assim, o ensino para massas está completamente desatualizado, havendo necessidade de uma emancipação tecnológica e consequente implementação de objetos multimédia, no sentido de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais apelativo. A escola não deve apenas equipar as salas de aula com objetos multimédia mas o projeto educativo deve contemplá-los como partes integrantes do curriculo, por forma a que este seja inovador. Os objetos multimédia devem ser encarados pelos professores, como  ferramentas colaborativas, que ampliam o universo de informação que o professor leva para a sala de aula, tornando a aula mais dinâmica.
A sociedade do conhecimento vive conetada e a informação encontra-se disponível, de forma globalizada. Vemos crianças, desde a mais tenra idade, capazes de dominar as tecnologias, que fazem parte do seu quotidiano. Assim, a escola tem que aproveitar essas competências e aproximar a educação desta realidade, de forma eficaz e bem planeada. O papel do professor é extremamente importante, pois terá que planear que tipo de objeto multimédia implementar, que objetivos pretende atingir e estimular a aprendizagem.
A introdução de objetos multimédia nas escolas possibilita aproximar a educação da realidade da sociedade e possibilita o “desenvolvimento cognitivo, psicossocial e socioeconómico do aluno.” (Coqueiro, 1). Não podem apenas ser encarados como forma de modernizar o ensino, mas sim como algo que permite adquirir conhecimento e interagir com outros meios, para além dos existentes na sala de aula. O uso de objetos multimédia torna-se um aliado do processo de ensino-aprendizagem. Permitem enriquecer a aula com texto, som e imagem, bem como outras ferramentas da web 2.0, tornando-a mais apelativa. Não substituem a presença humana, pelo que o papel do professor está salvaguardado, tornando-se o orientador do processo. Quando o professor faz uso de objetos multimédia, deve estabelecer uma ponte entre a escola e a realidade, enriquecendo os conteúdos que está a trabalhar e criando a curiosidade e a necessidade de efetuar pesquisa e descoberta.
Deste modo, os objetos multimédia na sala de aula devem apresentar alguns pré-requisitos:
·         objetivo pedagógico claro - o que se pretende que seja aprendido e quais as competências a adquirir;
·         vantagens da utilização do objeto multimédia;
·         planeamento da atividade;
·         avaliação da aprendizagem e implementação do recurso.

A variedade de objetos multimédia existentes deve ser tida em conta e a atividade pedagógica deve contemplar a aquisição de competências e os conteúdos a trabalhar, o que implica o conhecimento por parte do professor, no sentido de, pedagogicamente, orientar o aluno no decorrer da atividade, bem como levá-lo a uma participação ativa, com o objetivo de adquirir conhecimento.
As Digital Storytelling são exemplos de objectos multimédia a usar na sala de aula. A Digital Storytelling é a arte de contar histórias fazendo uso de ferramentas digitais. Numa sociedade intimamente ligada ao desenvolvimento tecnológico, o uso de novas ferramentas pedagógicas apelativas é um fator essencial. O recurso a uma Digital Storytelling tem o poder de marcar uma posição, mas para isso é preciso captar o interesse de quem a ouve, despertar sentimentos e fazer recordar memórias. Há assim, necessidade da presença de alguns elementos na elaboração de uma Digital Storytelling:
     ·      Ponto de vista – ideia da história;
     ·      Situação dramática – o que prende a atenção;
     ·      Conteúdo emocional – identificação com o público;
     ·      Uso de voz – personaliza a história;
     ·      Banda sonora – torna a história mais apelativa e aumenta o drama;
     ·      Economia de recursos – usar os recursos que captem a atenção do espetador;
     ·      Tempo – adequar o ritmo à história.

A implementação da Digital Storytelling traz benefícios tanto para os agentes educativos, como para alunos, uma vez que, para além de tornar o ensino mais apelativo, faz com que os alunos aumentem a sua criatividade, reforçam o trabalho em rede e promovem a discussão do tema apresentado. Através das Digital Storytelling são trabalhadas diversas literacias, desde a tecnológica à da informação, bem como envolve a aquisição de diversas competências, pesquisa, organização e tecnológica.
O uso da Internet veio permitir alterar a forma de ensinar e aprender. Veio introduzir uma nova forma de ensinar, mais partilhada, orientada pelo professor, mas onde a participação do aluno é mais ativa e onde as tecnologias podem ajudar.
O ensino hoje tem novas práticas. Há modelos que já não se adequam. O ensino dos dias de hoje não pode ser rígido. Tem que ser flexível e aberto à pesquisa, à comunicação e participação ativa do aluno. A dificuldade do ensino é conseguir lidar com a extensão de informação, variedade de tecnologias de divulgação e fontes de acesso. É fundamental que o professor oriente o aluno perante a vastidão de informação, para que saiba interpretá-la e contextualizá-la.
O uso de objetos multimédia permite alargar os horizontes do processo de ensino-aprendizagem, desde que usados adequadamente, com o propósito de levar o aluno a adquirir conhecimento e não apenas trazer alguma modernidade ao ensino.
"Os espaços de aprendizagem na era digital necessitam de integrar não só os espaços sociais (domicílio, escola, comunidade física em geral...) mas também um conjunto de competências a adquirir na(s) comunidade(s) virtuais, para que o aluno possa viver melhor na sociedade do conhecimento". (Silva, 4-5)
A escola tem um novo desafio: mudar a forma como o aluno constrói o conhecimento.
Na sociedade do conhecimento o espaço escolar ultrapassa os muros da escola. Há um conjunto de novos espaços de formação: media, radio, tv, vídeo, Internet..., que permitem esse alargamento ao mundo, permitindo o trabalho, pesquisa e pensamento em rede. É instituído um percurso interativo, onde o aluno é incentivado a contribuir com informação e pesquisar e, o professor passa de transmissor de conhecimentos a orientador do processo e formulador de problemas. O ensino-aprendizagem ganha assim uma nova dimensão.

Sabina

Bibliografia:
Antonio, J. C. (2011). Uso pedagógico do Datashow, Professor Digital, SBO, 06 de abril de 2011. In: http://professordigital.com/2011/04/06/uso-pedagogico-do-datashow/. Acedido em 15/06/2016.
Coqueiro, J.C.P. (2015). ENSINAR NA ERA DIGITAL: UMA INTERFACE COM O USO DAS TIC NA LÍNGUA PORTUGUESA. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Moran, J. (2000). Mudar a forma de Ensinar e Aprender: Transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual. São Paulo. Revista Interações, vol. V, p. 57-72.

Silva, A. M. P. (s.d.). Processo de ensino-aprendizagem na Era Digital. Universidade Aberta.

domingo, 5 de junho de 2016

As Bibliotecas Escolares e as TIC


A tecnologia tem vindo a desenvolver-se e consequentemente, tem causado impacto na sociedade.
A geração pós séc. XX está inserida num contexto tecnológico, onde a obtenção de informação nunca foi tão fácil. As crianças e jovens adquirem aptidões, competências  e destreza na utilização de tecnologias, uma vez que lidam com elas diariamente. A própria escola tem que se adaptar à tecnologia e acompanhar a evolução , por forma a motivar e a cativar os seus alunos. A evolução tecnológica ocorre a um ritmo vertiginoso e, o Homem para acompanhar esse desenvolvimento, não pode ser um mero espetador, tem que ser parte integrante. Contudo, apesar de toda a evolução da escola, verifica-se que não tem acompanhado esse ritmo. Há professores que "não falam" a mesma linguagem dos alunos.
A escola tem um papel extremamente importante, no sentido de dotar os seus alunos de competências para saberem lidar com toda a informação que se encontra acessível. Verifica-se uma mudança no processo ensino/aprendizagem, na qual o aluno deve ser estimulado a interrogar, pesquisar e dinamizar a sua própria aprendizagem. E, é neste contexto, que a Biblioteca Escolar (BE) assume um papel essencial. A sala de aula deixa de ser o único espaço de conhecimento e os alunos são incentivados à pesquisa, que pode ocorrer na BE que, por sua vez, deve estar preparada para receber estes "novos alunos" - críticos, exploradores,.... Assim, a BE, para além da bibliografia física, deve ter um suporte digital, por forma a responder aos desafios dos alunos. As BEs devem estar preparadas para todas as potencialidades que as TIC oferecem, bem como alertadas para os seus riscos. Os alunos devem ser orientados para uma correta utilização das TIC, nomeadamente, saberem filtrar os conteúdos. Assim, as BEs devem promover serviços de apoio à aprendizagem, bem como livros, que estejam disponíveis aos seus utilizadores e devem integrar ferramentas da web 2.0, por forma a estarem mais próximas do universo estudantil.
A web 2.0 pode e deve ser integrada na BE, tornando-a num local inovador, que acompanha o desenvolvimento tecnológico. A biblioteca digital vem possibilitar o acesso a materiais da biblioteca, a partir de qualquer parte, não obrigando à presença física. Hoje em dia os alunos fazem uso frequente da Internet para aceder a informação, pelo que disponibilizar a  informação das bibliotecas online torna-se um fator positivo.
As BEs , apesar de estarem equipadas com ferramentas Web 2.0 e TIC, ainda estão aquém de todo o seu potencial. Há ainda muitas ferramentas que são pouco exploradas ou mesmo não estão implementadas, o que impede que as bibliotecas sejam BE 2.0.
A implementação de uma rede de BEs digitais permite uma partilha global de informação para toda a comunidade escolar. As BEs digitais permitem assim cativar os alunos, pois usam tecnologias mais próximas dos interesses dos alunos, permitindo também, que estes sejam mais autónomos na busca de informação, que será mais fidedigna e mais adequada às necessidades dos alunos. A criação de BEs digitais faz com que a escola deixe de ser o único espaço de educação, no qual o professor é o orientador da aprendizagem. A BE torna-se assim a ponte entre o aluno e a informação.
A integração de ferramentas interativas, tais como os blogues , nas BEs, são fatores positivos, uma vez que permitem que os alunos façam comentários às notícias e artigos que as BEs divulgam. É um espaço de partilha bilateral. É também importante que as BEs estejam presentes nas redes sociais, por forma a que adquiram visibilidade e popularidade.
Assim, verifica-se que as TIC adquirem uma importância elevada, não só como disciplina, mas com todo o seu potencial. O aluno passa a aceder a informação não só na sala de aula, nem só na biblioteca. A web 2.0 integrada numa biblioteca traz todo um acesso facilitado a informação, que requer uma orientação por parte dos agentes educativos.
O ensino dos dias de hoje necessita de novos métodos de ensino/aprendizagem, ricos em recursos, sendo que a BE pode e deve assumir um papel  importante, mas para isso, ela própria terá que evoluir na forma como disponibiliza a informação e se posiciona na escola. A BE deve estar ligada à sala de aula, aos professores e aos alunos, usando para esse efeito, novos recursos, ou seja, integrando as TIC.
Em Portugal, o Programa RBE veio permitir a evolução das BEs, no sentido de as transformar em centros de recursos atrativos e funcionais, de divulgação de informação, ao serviço da comunidade educativa. A implementação do Programa tem variado consoante os meios que a escola dispõe: físicos, financeiros e humanos. Deste modo, as BEs têm assumido dinâmicas diferentes de funcionamento, o que por vezes causa alguns constrangimentos. Não há ainda um consenso no papel que as TIC assumem nas BEs.
Não chega apenas equipar as BEs com computadores ligados à Internet, há também que disponibilizar online os conteúdos da biblioteca, elaborar artigos e notícias, que promovam as atividades das BEs, bem como, os professores dinamizadores das bibliotecas devem estar capacitados e terem conhecimentos sobre tecnologias, por forma a que orientem toda a informação que é disponibilizada e possam acompanhar, devidamente, os alunos nas suas pesquisas.
As BEs devem adequar a sua função, missão e recursos às alterações que a sociedade tem vivido. Assim, a BE, mais do que permitir o acesso a informação em suporte diversificado, deve também auxiliar o utilizador, na gestão, seleção e tratamento da informação.
As TIC e os restantes suportes digitais ajudam as BEs e os Professores Bibliotecários nessa missão, pois colocam ao seu dispor um novo conjunto de recursos.
O Professor Bibliotecário surge das novas exigências sociais e da necessidade de auxiliar o professor na preparação do aluno, para o mercado de trabalho. É um agente educativo e deve interagir com os restantes agentes educativos, com o objetivo de promover a aprendizagem e o sucesso educativo dos alunos. A dinâmica de funcionamento das BEs depende muito da preparação e competências que os Professores Bibliotecários têm e a destreza com que as implementam e dinamizam.
A Web 2.0 aproxima a BE das necessidades escolares e dos utilizadores e permite que a BE seja dada a conhecer ao "mundo", através dos seus conteúdos, atividades desenvolvidas e artigos/publicações efetuados.
As BE 2.0 são novos ambientes de aprendizagem, com novos serviços, disponíveis a novos públicos e a novos contextos, que visam o desenvolvimento de competências essenciais aos alunos do séc. XXI, no sentido de desenvolverem várias literacias (informação, multimédia, digital e visual). Uma biblioteca sempre aberta e atualizada implica uma boa gestão de conteúdos, por parte de recursos humanos qualificados, bem como uma infraestrutura tecnológica atualizada.

Bibliografia: 
Cunha, T. M., Figueiredo, M. B (s.d.). O impacto da Web 2.0 nas Bibliotecas Escolares das escolas secundárias do concelho de Lisboa. Lisboa. Biblioteca Mário Sottomayor & Arquivo Histórico Parlamentar. 
Conde, E (s.d.). A Integração das Tecnologias de Informação e Comunicação na Biblioteca Escolar.
Proença, J. P. S. (2012). Biblioteca Escolar e Web 2.0 - Questões em torno de algumas práticas em implementação e perceção do impacto no trabalho da Biblioteca. Universidade Aberta. Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares.
Fradique, M. F. S. C. (2011). As Bibliotecas Escolares e o Papel do Professor Bibliotecário. Universidade da Beira Interior. Artes e Letras. Covilhã.

sábado, 21 de maio de 2016

A(s) Prática(s) Pedagógica(s) e as TIC


A sociedade tem vindo a sofrer um enorme desenvolvimento ao nível das tecnologias. A sociedade contemporânea faz, diariamente, uso das mesmas e há uma enorme exigência de conhecimentos nesta área. As crianças e jovens lidam diariamente com as tecnologias e, como tal, desenvolveram competências e aptidões nesta área.
A Sociedade do Conhecimento vê surgir grandes alterações na comunidade educativa e, como tal, tem que se adaptar.
A evolução tecnológica trouxe possibilidades inimagináveis e a informação passa a estar disponível a partir de qualquer parte do globo, a qualquer momento.
A implementação de novas tecnologias está a trazer novos desafios para a escola, tendo os professores que aprender a gerir os vários espaços de aprendizagem. As escolas do século XXI têm que procurar um equilíbrio, no qual o professor adquire um novo papel. O professor passa a ser o mediador da aprendizagem de uma "escola sem muros, numa aula aberta" (Escola, pág. 348).
Os alunos da Sociedade do Conhecimento não estão recetivos às aulas tradicionais, dadas numa sala de aula física, pois diariamente lidam com novas tecnologias.
Educar e aprender são o novo desafio da escola, que terá que se reorganizar. A transmissão de conhecimentos feita de forma tradicional tem que sofrer alterações e o papel do professor, enquanto transmissor de conhecimentos tem que ser substituído pelo papel de orientador do processo de aprendizagem. A própria escola deixa de ser um lugar exclusivo onde se aprende. Com a implementação das TIC surgem novos espaços de aprendizagem, que ampliam o que era possível no contexto de sala de aula.

Mas então, o que deve ter uma "sala de aula"?

Em primeiro lugar, uma "sala de aula" deve ter professores capacitados e motivados para orientarem os seus alunos no processo de aprendizagem. Desta forma, os professores devem receber formação para estarem capacitados a lidar com todas as diferenças que vão surgindo.
O papel do professor não é colocado em causa, ganha sim, um novo destaque, uma vez que passa a ser o orientador do aluno e ao mesmo, leva-o a construir o seu conhecimento. O próprio professor também adquire conhecimento no decorrer do processo. O professor provoca o conhecimento, estimulando a pesquisa, direcionando a aprendizagem, formulando problemas, promovendo a discussão. Deste modo, é exigido ao professor uma grande capacidade de adaptação e criatividade perante as situações que vão surgindo e que seja um professor presente.
As crianças e jovens têm acesso diário a informação e têm muitas competências em TIC, uma vez que fazem uso diário das mesmas. Contudo, devem ser preparados para criticamente filtrarem os conteúdos mais adequados. Caberá à escola traçar os meios, as responsabilidades e as novas competências a adquirir.
A escola deve desenvolver nos seus alunos a autonomia, a responsabilidade e o espírito crítico para poderem construir conhecimento.
Hoje em dia a educação à distância e a educação virtual têm grande destaque, pois possibilitam um ensino mais abrangente e mais flexível, em termos de tempo e espaço. A educação online, que se baseia em ambientes virtuais é suportada por ferramentas que possibilitam a aprendizagem e devem promover a interatividade e a participação colaborativa e bidirecional.
Uma educação inovadora, baseada em ambientes virtuais, deve estimular a curiosidade, a colaboração, a resolução de problemas, a busca e a contextualização da informação, que pode ser complementada com conexões (som, texto e imagem), de modo a ficar mais apelativa.
Nesta nova metodologia de ensino/aprendizagem, o professor deve construir redes de partilha e aquisição de conhecimentos, envolvendo o aluno e estimulando a sua participação.
O professor não ensina, apenas leva o aluno a aprender e a gerir a sua aprendizagem, a resolver problemas e a refletir.
O aluno depara-se com a necessidade de participar, pesquisar, em vez receber conhecimentos apenas.
Os professores devem estar preparados para a inovação tecnológica, dominando a linguagem tecnológica para a colocarem em prática e promover um ensino participado e reflexivo, ajustado ao aluno e ao contexto, em vez de um ensino para massas.
Neste contexto, surge o modelo de aprendizagem e-learning, onde se cria um ambiente virtual de aprendizagem, no qual se adquire conhecimento sem limite de espaço e tempo, de forma autónoma e em rede, suportado por um sistema de gestão de aprendizagem - LMS.
Este modelo traz-nos benefícios, mas é preciso ter em atenção que os professores não se limitem a transpor o modelo tradicional de ensino para o LMS. O professor deve promover a pesquisa, orientar o estudo e fomentar a discussão/análise crítica, em rede. Há um novo desafio que se coloca ao professor: orientar a aprendizagem e aprender com os seus alunos.
Este método de ensino tem que ter por base algum suporte tecnológico, mas o papel do professor é fundamental, pois tem que facilitar, mediar e avaliar o processo, que assenta em três dimensões: presença social, presença cognitiva e presença de ensino, que se inter-relacionam. O professor deve encorajar o aluno a ter um papel participativo, onde estabelece interação social: aluno-professor e aluno-aluno.
Neste modelo de ensino, a informação deve ser apresentada ao aluno, tendo em conta os seus próprios interesses, bem como adaptado às exigências e finalidades da área de conhecimento, por forma a motivar o aluno.
Perante a individualidade dos seus alunos, o professor pode adaptar a LMS e criar ambientes únicos de aprendizagem, que fomentem a motivação e aprendizagem, tal como fóruns e chats, que assumem o papel de ferramentas pedagógicas motivadoras, que estimulam a participação dos alunos.
A modalidade de ensino virtual traz mudanças: um novo papel da escola, dos professores e dos alunos, o que implica que todos se capacitem para a implementação das melhores estratégias, no sentido de alcançar o mesmo objetivo: sucesso educativo para todos.

Bibliografia:

Moreira, J. A.& Monteiro, A. (2012). Ensinar e Aprender Online com Tecnologias Digitais. Porto. porto Editora
Bastos, F.P.; Alberti, T.F.; Mazzardo, M.D. (2005). Ambientes virtuais de ensino-aprendizagem: os desafios dos novos espaços de ensinar e aprender e suas implicações no contexto escolar. Novas tecnologias na Educação
Caparróz, A.S.C.; Lopes, M.C.P. (2008). Desafios e perspectivas em ambiente virtual de aprendizagem: inter-relações, formação tecnológica e prática docente. Educação, Formação e Tecnologias, vol. 1(2).
Escola, J. J. J. Ensinar e aprender na Sociedade do Conhecimento. Livro de Actas-4° SOPCOM – Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O uso das TIC em contexto educativo

A sociedade de hoje em dia é fortemente pautada pelas novas tecnologias, tendo um impacto direto na educação das crianças e jovens. O mercado de trabalho tem trazido, cada vez mais, novas exigências, no qual o indivíduo tem de assumir mais autonomia, responsabilidade, flexibilidade de tarefas e ser capaz de autoaprendizagem.
O Sistema Educativo tem vindo a sofrer alterações ao longo dos tempos, tendo sido apetrechado de novo hardware e software, por forma a acompanhar esta evolução, permitindo diversificar as fontes de conhecimento e saber. O Sistema Educativo de formação em massa, não tendo em conta a individualidade do aluno, está ultrapassado. Mas estarão os agentes educativos verdadeiramente preparados? Será a introdução de novas tecnologias um fator potenciador de sucesso educativo?
Hoje em dia defendemos que a escola deve fomentar a equidade, a igualdade de oportunidades, a inclusão social e educação para todos.
A introdução de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) traz uma nova dinâmica ao ensino, em que o papel do professor e do aluno sofre alterações. Ensinar deixa de ser apenas uma transmissão de conhecimentos e o papel do aluno ganha algum relevo. Com o uso das TIC, o aluno ganha um papel mais colaborativo no processo de aprendizagem, deixando de ser apenas recetor de conhecimento e o professor passa a ser o orientador, onde promove a pesquisa, a reflexão e a crítica. Um processo de aprendizagem com o auxílio de TIC potencia a criatividade do aluno, a descoberta, a pesquisa e um trabalho mais autónomo. Estes novos papeis fazem com que o professor tenha a necessidade de uma atualização constante, no sentido de poder acompanhar, quer o desenvolvimento que ocorre na área das TIC, quer o processo de aprendizagem do aluno, que cada vez mais estão familiarizados com estas ferramentas e as usam diariamente.
O uso do computador, apenas enquanto instrumento presente na sala de aula, não traz nada de novo ao ensino, mas poderá, se bem implementado, tornar o processo de ensino mais estimulante e apelativo. O uso de TIC traz mais valias ao processo de aprendizagem, colocando à disposição, do professor e do aluno, um número infinito de ferramentas para tornar o ensino mais apelativo e mais dinâmico, não colocando o papel do professor em causa, mas dando-lhe sim, um novo papel. O professor deixa de ser um transmissor de conhecimentos, mas passa a ser o orientador do processo de aprendizagem. Claro que, para isso, tem que estar preparado e informado.
Desta forma, os professores devem ter formação específica na área de novas tecnologias, quer na sua formação inicial, quer através de formação contínua, onde deverão ser dinamizadas oficinas de capacitação, por forma a que a literacia digital aumente, no sentido de não terem falta de conhecimentos sobre a temática, poderem explorar todos os recursos que as tecnologias permitem e acompanhar devidamente os seus alunos, que cada vez mais detêm conhecimentos e destreza para com as tecnologias, das quais fazem uso diário. Vemos ainda muitos professores reticentes com a implementação destas tecnologias e ainda muito presos ao modelo tradicional de ensino.


Referências Bibliográficas:
Pocinho, R. F. S. & Gaspar, J. P. M.(2012), O uso das TIC e as alterações no espaço educativo.Exedra, nº 6, pp.143-154
Miranda, G. L: (2007), Limites e possibilidades das TIC na educação. Sísifo. Revista de Ciência da Educação, nº 3, pp. 41-50
Candeias, M: I: & Silva, J. A. (2008). A nossa sala de aula já é maior que o planeta Terra!. In Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1(1), pp. 142-152. Disponível em http://eft.educom.pt.
Fundação Telefónica Vivo Brasil (2013), Educação no século XXI: Novos Modos de Aprender e Ensinar-volume I
Martins, C. F. (2013), Quando a escola deixar de ser uma fábrica de alunos. In http://www.publico.pt/temas/jornal//quando-a-escola-deixar-de-ser-uma-fabrica-de-alunos-27008265. Acedido em 18/04/2016.

quinta-feira, 17 de março de 2016

O E-Portfólio na Educação

O conceito portefólio esteve inicialmente associado à apresentação de trabalhos no âmbito de atividades profissionais associadas a imagem e grafismo. Com a evolução da era digital, os portefólios tomaram uma dimensão digital, os e-portfólios.
Existem diferentes tipos de portefólios: profissionais, de aprendizagem, de desempenho financeiro, de avaliação.
Centrando a temática nos portefólios de aprendizagem, estes podem ser considerados ferramentas que possibilitam aos alunos, serem construtores da sua própria aprendizagem, permitindo-lhes assim, efetuar a gestão de aquisição de conhecimentos ao longo do tempo. Trata-se de um instrumento de aprendizagem reflexivo, pessoal, contínuo, personalizado e, que dota o aluno de alguma autonomia, pois é o responsável pela sua organização e gestão. O aluno deixa de ter o papel de recetor de conhecimentos e passa a ser o construtor participativo desses mesmos conhecimentos.
Um portefólio é um instrumento inacabado e requer presença ativa do seu autor.

Gomes, M.(2006). Portefólios digitais: revisitando os princípio e renovando as práticas. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro). pp. 295-306
Costa, A et al (2005), Psicologia A, 10º ano, Porto Editora, pp. 17-19 (texto adaptado)